- Personagens do conto “A Bela e a Fera” (Foto: copyright Feld Entertainment)
<div>
<div style="text-align: justify; ">
<em>Alice Galvão</em></div>
<div style="text-align: justify; ">
<ul style="background:#f8f8f8; width:600px; margin:0px undefinedpx 20px undefinedpx; padding:0px; float:none">
<li style="list-style:none; text-align:center">
<img alt="" src="https://temp.primetecnologias.net.br/uploads/20120925_065306_tres-contos-classicos-credito-das-fotos-copyright-feld-entertainment-1.jpg" style="width: 600px; height: 436px; margin: 5px; " /></li>
<li style="list-style: none; padding: 5px; text-align: center; ">
Personagens do conto "A Bela e a Fera" (Foto: copyright Feld Entertainment)</li>
</ul>
</div>
<div style="text-align: justify; ">
Na semana passada, o programa Amor e Sexo, apresentado por Fernanda Lima na Rede Globo abordou dentre os temas, as implicações dos contos de fadas na formação das crianças. Regina Navarro Lins, psicanalista e jurada do programa declarou de pronto sua indignação com as mães que lêem estas histórias para suas filhas e filhos. Segundo ela, são narrativas que imprimem no subconsciente da criança valores machistas, que condicionam a felicidade da mulher ao surgimento salvador do prÃncipe encantado.</div>
<div style="text-align: justify; ">
 </div>
<div style="text-align: justify; ">
Mas até que ponto os contos são vilões? As princesas deste mundo fantástico e mágico surgiram em um recorte histórico de um mundo que viveu a realidade dos valores que ali aparecem de forma caricata. São fábulas que alegorizam recortes de tempo e espaço passando valores de forma oral, geração após geração, e culminando no triunfo do bem contra o mal, que é uma conclusão moral persistente até hoje. Vendo por este prisma e considerando que no subconsciente da criança ficam tanto as informações contadas quanto as vividas, parece justo que elas conheçam tanto o reino imaginário de Cinderela, quanto o de Shrek, armazenando diferentes pontos de vista e interpretando todas as informações em comparação com a sua própria realidade.</div>
<div style="text-align: justify; ">
 </div>
<div style="text-align: justify; ">
O espetáculo “Disney Live – Três Contos Clássicosâ€, que passou por Goiânia no inÃcio do mês foi uma excelente oportunidade de reflexão sobre o tema, principalmente do ponto de vista artÃstico do espetáculo. No palco, figurinos impecáveis, coreografias precisas, cenário versátil, efeitos sonoros e visuais encantadores. Na plateia, um conjunto de crianças hipnotizadas pelas personagens, que pareciam encarnar diretamente dos filmes da Disney. Graças à riqueza de detalhes na maquiagem de efeito, aliada à s técnicas corporais e de clown dos atores, a madrasta de Cinderela com suas filhas Griselda e Anastácia, bem como Gaston, o pretendente de Bela em “A bela e a fera†arrancavam longas gargalhadas.<span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Magia e encantamento estiveram presentes no Teatro Rio Vermelho e transportaram o público para um universo fabuloso, graças a recursos sinestésicos como fumaça, transparências, jogo de luzes e sombras, fogos de artifÃcio e chuva de papel picado. De vez em quando as personagens dialogavam com as crianças da platéia, fazendo perguntas sobre a história, pedindo opinião sobre decisões a serem tomadas ou convocando a criançada a cantar junto o Bibbidi-Bobbidi-Boo (música-feitiço que a fada madrinha de Cinderela canta para realizar sua transformação de figurino). Como mestres de cerimônia, Mickey, Minnie, Donald e Pateta apresentavam as histórias e as faziam saltar de um livro “mágicoâ€, posicionado em um dos cantos do palco. </div>
<div style="text-align: justify; ">
 </div>
<div style="text-align: justify; ">
A temporada de encantamento foi também uma oportunidade para alunos e internos da Vila São Cottolengo, crianças do Centro de Valorização da Mulher (Cevam), das creches Meninos Jesus de Praga, São Miguel Arcanjo e Grupo Pela Vidda terem seu primeiro contato com o teatro, graças ao projeto “Platéia Socialâ€, realizado pelo Idtech. Este é apenas mais um sinal de que os Contos de Fadas têm e sempre terão seu lugar no universo infantil e que a transmissão dos valores morais é determinada não apenas pela história que é contada, mas também pelo contexto em que isso acontece.</div>
<div style="text-align: justify; ">
 </div>
<div style="text-align: justify; ">
<em>Alice Galvão é jornalista, especialista em marketing e cantora.</em></div>
</div>
<div>
 </div>