Wanessa Cruz – Zelo https://temp.primetecnologias.net.br Notícias do Centro-Oeste, Goiânia, Goiás Wed, 02 Jun 2021 22:12:06 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.1 Ana Maria Pacheco, a visionária do abismo https://temp.primetecnologias.net.br/ana-maria-pacheco-a-visionaria-do-abismo/ https://temp.primetecnologias.net.br/ana-maria-pacheco-a-visionaria-do-abismo/#respond Wed, 02 Jun 2021 18:45:14 +0000 https://temp.primetecnologias.net.br/?p=189525

(Divulgação)

Imagine-se em um mundo onde as estranhezas sejam exacerbadas, os dramas acentuados, os esgares fixados nas expressões. Imagine-se abissalmente absorto nos escônditos lugares do íntimo do indivíduo. Imagine-se aparvalhado em admiração pela técnica. Agora imagine-se, enfim, diante de uma obra de Ana Maria Pacheco.

A artista goiana Ana Maria Pacheco (escultora, desenhista, pintora e gravadora), que após sua participação na 11ª Bienal de São Paulo (1971), se mudou para a Inglaterra (1973), onde está radicada desde então, recebeu recentemente mais uma homenagem simbólica em Goiás, através da 3ª edição da FARGO – Feira de Arte Goiás, pela sólida e destacada carreira, com representatividade no Brasil e exterior. O gesto foi recebido com alegria e entusiasmo pela mesma, que, em mais de 50 anos de dedicação às artes, após todas exposições, menções, premiações, homenagens, mostras comemorativas, condecorações, graduações e outras honrarias, mantem seu jeito humilde, polido e gentil de falar e, principalmente, mantem laços estreitos com suas origens em Goiás.

Sobre sua carreira impoluta e seus feitos, não são raras as adjetivações: impactante, soturno, dramático, instigante, profundo.  Todas essas expressões podem definir o trabalho de Ana Maria Pacheco. Mas não o resumem.

Muitos críticos e especialistas em arte já se debruçaram sobre a dramaticidade contida no trabalho da artista, cujo conjunto arquetípico de signos está para além da representação elemental da abstração dos sentimentos, mas ademais, remete a um lugar único da fruição: um lugar quase inevitável de aturdimento.  Tem-se a sensação da plenitude dos sentidos emanando de sua obra: um ruído gutural, um cheiro acre (com notas almiscaradas), ao tato, a aspereza de uma pedra-pomes envolta em veludo, um sabor complexo entre amêndoas e a carne mais vermelha, uma visão epifanesca de algo que nunca existiu, mas povoa a imaginação de cada um de uma forma quase palpável. É o teatro na mais sofisticada interpretação, com ingredientes fetichizantes e histriônicos das comédias bufas e dos dramas operísticos. O que dizer de uma obra que quase não há com o que se comparar, mas ao mesmo tempo, eclode em matéria, elementos plásticos, mitos e toda sorte de humores e afetos? Quantas exclamações caberiam numa resenha sobre o conjunto escultórico de Ana Maria Pacheco? Quantos esgares emotivos em reação às suas gravuras? Quantas narrativas há para se decifrar em seus desenhos?

Estar na Europa, particularmente no Reino Unido – um mercado demasiado exigente – , foi fundamental para a consolidação da carreira, iniciada ainda nos anos 1960; atribui-se grande crédito dessa performance aos seus galeristas da tradicionalíssima Pratt Contemporary Art, há quase quatro décadas. Mas claro que uma produção dessa grandeza teria lugar onde quer que fosse. Além das obras em museus e algumas coleções particulares muito bem guardadas, sobrou-nos, aos goianos, a admiração à distância, a amizade e uns parcos momentos dos encontros esporádicos de suas visitas à terra natal.

Ana Maria Pacheco é artista de ofício, de atelier, de pesquisa, de ferramental. Dilapida as ideias em fases de produção até o esgotamento que ganha formas e contornos. Se lança na criação de forma arrebatada como quem quer ganhar o mundo. E ganha. Nesse momento da vida, mantem a rotina da produção laboriosa em seu ateliê, preparando uma nova exposição para tão logo. Enquanto isso, nós, daqui, já estamos de pé, só aguardando o descortinamento, para aplaudirmos em cena aberta.

Congrats and thanks, Ms. Pacheco!

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Por Wanessa Cruz – Produtora Executiva, desde sua entrada no meio das artes em 2007, tem como principal característica a estratégia, trazida da experiência como
administradora de empresas, e Sandro Tôrres – Graduado em Direito e Artes Visuais, mestre em História (UFG), possui uma carreira plural, com incursões pela
literatura, cinema, publicidade, TV e artes visuais

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A FARGO TÁ ON https://temp.primetecnologias.net.br/a-fargo-ta-on/ https://temp.primetecnologias.net.br/a-fargo-ta-on/#respond Thu, 11 Mar 2021 21:26:34 +0000 https://temp.primetecnologias.net.br/?p=185998

Fábio Setti – A Casa da Luz Vermelha/DF

Trabalhos remotos, distanciamento social, quarentena, toques de recolher, escassez de produtos, lock down. Novas expressões, novos modos de interação, novas logísticas de operação, novos hábitos. Ou seja, passamos por uma reformatação nas configurações sociais e, consequentemente, culturais. O planeta sofreu (e ainda sofre) com os gigantescos impactos e suas irrefutáveis consequências. Não sucumbir aos efeitos da pandemia de COVID 19 tem sido, não apenas para a produção cultural, um exercício diário de resignação. E, olha só: a arte assumiu seu protagonismo na rotina das pessoas ao redor do mundo. Peças de arte e de cultura adquiriram um caráter de alento, acolhimento, afeto, entretenimento, esperança; e serviram como bálsamo diante da triste nebulosa deixada pelo vírus. Os artistas produziram em profusão. Mas escoaram muito menos do que poderiam e gostariam.

Chegamos à terceira edição da FARGO- Feira de Arte Goiás. E chegamos num momento atípico da história, num desses períodos que, sem resiliência e sem as práticas de cooperação mútua, nada acontece.  Todos os segmentos da sociedade precisaram encontrar formas de continuar resistindo. Após duas edições presenciais e uma trajetória de implantação do formato no Estado, a FARGO continua se preocupando em representar para o segmento mais que um espaço expositivo, mas, para além disso, servir como local e um momento de reflexão e debate.

As reflexões  contemporâneas inevitavelmente passaram a resvalar nesse contexto atual e as premissas se somaram às questões  já concernentes ao ambiente das artes.  Refletindo sobre o que há para se pautar hoje, quais são as narrativas e demandas? O que urge? Produção, ensino  e escoamento em tempos de pandemia? Ativismo cultural? Diversidade e gênero, rumos do mercado artístico, produção textual e crítica?  Do que a produção cultural vai precisar para se manter nos próximos anos? E quem, para responder, a não ser a própria arte?  Há, naturalmente, mais perguntas que respostas no horizonte da produção artística e, na diletância, há a percepção da arte como redenção.

Para 2021, a FARGO – a primeira feira de arte do Centro-Oeste voltada para as plataformas digitais – propõe um olhar para as pluralidades, imaginando seu alcance ampliado pelo eco da internet; os encontros não deixarão de acontecer, assim como também estão preservadas as redes de relacionamentos que se formam e, apesar da virtualidade, não haverá comprometimento das suas principais características de difusão e escoamento de produção artística. O evento foi pensado para otimizar a experiência do visitante, com variedade de atrações: market place, espaço de interatividade, ação educativa e conteúdos de formação e pesquisa (lives, entrevistas, vídeo-aulas).

Fica o convite para o deleite, ainda que virtual; fica o convite para a celebração, ainda que remota; fica o convite para a fruição, ainda que via telas; fica o convite para a arte, e para a arte não tem ressalva.

Yara Dewatcher – S/Título/SP

Talles Lopes – Cleandro Elias/GO

Vanderlei Lopes – Casa Albuquerque/DF/MG

Antonio Guerreiro – Carcará Photo Art/SP


Por Wanessa Cruz – Produtora Executiva, desde sua entrada no meio das artes em 2007, tem como principal característica a estratégia, trazida da experiência como
administradora de empresas, e Sandro Tôrres – Graduado em Direito e Artes Visuais, mestre em História (UFG), possui uma carreira plural, com incursões pela
literatura, cinema, publicidade, TV e artes visuais.

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25º Salão Anapolino de Artes – A Arte Persevera https://temp.primetecnologias.net.br/25o-salao-anapolino-de-artes-a-arte-persevera/ https://temp.primetecnologias.net.br/25o-salao-anapolino-de-artes-a-arte-persevera/#respond Wed, 24 Feb 2021 18:02:50 +0000 https://temp.primetecnologias.net.br/?p=185431

(Foto: Divulgação)

Sem precisar voltar muito no tempo, recordamos o histórico dos salões de arte do Estado, o contexto em que se inscreveram, os impactos e o legado para a cena das artes visuais. Nesse cenário, os salões, além de serem elementos contidos no estudo teórico de campo ou sistema de arte, apresentam uma série de outros elementos importantes que o constituem. A saber: os artistas, críticos, curadores, jurados, montadores, imprensa, produção, fotógrafos, editores (de impressos) e, com o possível envolvimento de instituições, seus gestores e aparelhos.

A professora de história, teoria e crítica de arte da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Maria Amélia Bulhões afirma que “para entender as artes visuais é preciso ir além dos artistas” e considerar todos os outros atores que interagem, além dos artistas, cada qual com sua relevância, assim como os “eventos artísticos estão ligados às condições sociais, políticas e culturais do meio em que atuam”. E, a partir dessas premissas, assinalamos a importância de alguns desses eventos, destacando dentre outros o Salão Nacional de Arte de Goiás (Prêmio Flamboyant), Salão de Arte de Jataí e Salão Anapolino de Arte.  Os três eventos citados tiveram repercussão nacional, envolveram – e tem envolvido – alguns dos principais atores dessa cena e se constituem como esse espaço de luta pelas conquistas ou manutenção do poder simbólico, que é o capital cultural. Dois deles ainda se encontram em atividade: o de Jataí e o de Anápolis, ambos do interior de Goiás. E é sobre esse último que lançamos nosso olhar, entendendo o potencial incremento teórico e cultural que tem recebido nos últimos anos.

A mais recente mostra do Salão Anapolino de Arte deixa a Galeria Antônio Sibasolly, em Anápolis, no dia 19 de fevereiro, após quatro meses de sua abertura à visitação pública, cumprindo todos os protocolos de segurança determinados para este momento de pandemia. A diversidade cultural e social brasileira está representada nesta edição, que apresenta trabalhos de 24 artistas.

Para este ano, uma novidade é sua itinerância. Depois de Anápolis, o Salão segue para o Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (CCUFG), com lançamento no dia 8 de março, data em que também serão divulgados os nomes dos premiados. Também haverá, no mesmo dia, mesa redonda com Wagner Barja, Adelaide Pontes e Clarissa Diniz, membros da comissão de seleção, e Claudinei Roberto da Silva, Samantha Moreira e Vania Leal, responsáveis pela premiação.

Os artistas da Mostra Nacional concorrem a três prêmios de R$ 10 mil. Na categoria Fomento à Produção Anapolina, criada para estimular os jovens talentos da cidade, são quatro prêmios no valor de R$ 2.500,00. Com aporte financeiro do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás, o Salão é uma realização da Prefeitura de Anápolis/Secretaria Municipal de Cultura e Associação dos Amigos da Galeria de Artes Antônio Sibasolly.

Um pouco da história do Salão

Já são 40 anos e 25 edições – com algumas descontinuações no meio do caminho, – de persistência e insistência até conseguir consolidar, em Goiás e no Brasil, um espaço de divulgação e valorização das artes visuais. E o crescimento, ano a ano, do Salão Anapolino de Arte, seu êxito como instrumento de estímulo e fomento à produção contemporânea fortalece a convicção de que vale a pena continuar lutando para mantê-lo e aprimorá-lo. Os números do salão impressionam: neste ano, a marca de inscritos foi superada em relação às edições anteriores, alcançando 1.185 participantes, contando com a participação de artistas de quase todos os estados, também foi a primeira edição em que a quantidade de homens e mulheres selecionados foi absolutamente igualitária.

O Salão assume como missão contribuir para o contínuo processo de fortalecimento da arte e apoiar jovens artistas. E, também, cumpre o papel de colaborar para a formação do acervo de arte contemporânea do Museu de Artes Plásticas de Anápolis – Mapa -, unidade da Secretaria Municipal de Cultura. As aquisições, chanceladas por uma equipe curatorial de renomados profissionais do circuito nacional, permitem a criação de um acervo que reflita questões pertinentes ao homem contemporâneo, garantindo assim, a memória patrimonial da atualidade.

Também, se apresenta como espaço de reconhecimento aos artistas goianos com o Prêmio Artista Convidado, categoria lançada no ano passado. Neste ano, a organização do evento faz homenagem ao goiano Siron Franco, que tem seu nome marcado na história da arte brasileira e projeção internacional. Com o Prêmio Artista Convidado, o objetivo é reconhecer a importante contribuição desses artistas na projeção da arte contemporânea goiana em âmbito nacional e internacional.

Artistas selecionados

Agrippina R. Manhattan – RJ; Aline Brune – BA; Aline Luppi Grossi – PR; Ana Sabiá – SC; Diambe – RJ, Eneida Sanches – SP; Erinaldo Cirino – PA; Estevão Parreiras – GO; Gê Viana – MA, João Trevisan – DF; Luiz 83 – SP; Pamella Anderson – DF; Renan Teles – SP, Renata Felinto – CE, Rodrigo D’ Alcantra – DF; Sophia Pinheiro – GO; Ueliton Santana – AC; Vic Macedo – RS; Xadalu Tupã Jekupé – RS, e Ziel Karapotó – PE.

Os artistas suplentes são Iago Fernandes – MG; Raphael Bqueer – RJ, e 3º Erica Storer de Araújo – PR.

Dentre os inscritos na Categoria Fomento à Produção Anapolina os artistas selecionados são Ana Paula Faria, Diego Oliveira, Joardo Filho e Rei Souza.

(Foto: Divulgação)

(Foto: Divulgação)

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